segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A Fotografia e a História da Educação


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Fotografia e História da Educação

Mirtes C. Marins de OliveiraMestre e Doutora em Educação PUC-SPCoord. do Bacharelado em Artes Plásticas da FASM

O alargamento da concepção de fontes trouxe para a produção, no campo da História e Historiografia da Educação, uma ampliação das possibilidades investigativas e como conseqüência a necessidade de uma reflexão e problematização dessas alternativas (Nunes, 1996, p.4).
Uma dessas possibilidades é o trabalho com fontes e objetos imagéticos que traz, subjacente aos procedimentos de levantamento de documentos e sua análise, a urgência da discussão de suas especificidades materiais, funções e a própria redefinição do conceito de imagem (Fabris, 1998, p.217-224). Como conseqüência, todo um universo é adicionado à dificuldade, por parte do historiador, de superar a concepção positivista de documento, privilegiadora dos textos escritos
1.
Não podemos esquecer também que a questão emerge de uma perspectiva cultural na qual a imagem é onipresente (Fabris, 1998, p.217-224). Na contemporaneidade só vimos aprofundar aquela preponderância do visual na vida urbana detectada por Simmel e Benjamin, para apenas considerarmos os olhares do fim do século XIX e XX
2. Só vimos avançar cada vez mais essa preponderância, agora apoiada por meios eletrônicos de produção e reprodução de imagens, assim como por instrumentos de interferência nessas imagens que transformam o operador de computador em um image maker 3, produtor e consumidor ao mesmo tempo e em vários níveis: artista, designer, ou apenas usuário. As imagens ocupam, com seus diferentes meios de produção, com diferentes funções, todo o espectro da cultura.
Nessa disseminação, a fluência entre a aproximação e distância, necessárias ao olhar criterioso, são dificultadas. Globalizadas, reproduzidas infinitamente, as imagens retiram, muitas vezes nossa capacidade de olhá-las criticamente. Dentro da lógica da propaganda mercadológica nosso olhar é rápido, difuso, banalizado, rebaixado em sua sensibilidade.
Diante desse quadro e de uma perspectiva historiográfica, uma outra série de questões se apresenta. Seriam os indícios históricos referentes, presentes nas imagens, necessários, mas não suficientes para a pesquisa de caráter histórico-educacional? Se não suficientes, estaríamos tomando como pressuposto que as imagens são produzidas apenas como ilustração de um outro texto, escrito? Estaríamos esquecendo do aspecto de elaboração e mascaramento da realidade que todo código comporta? Mesmo as imagens produzidas como documentos ilustrativos podem ser problematizadas enquanto documentos monumentalizados (Le Goff, 1994, p.535-549). Uma concepção de produtos imagéticos que só se atém às suas possibilidades documentais, encarcerando esses objetos como acessórios ilustrativos fortemente vinculados e determinados por documentos escritos, esquece a construção cultural historicamente elaborada por agentes sociais, que é a produção pictórica ou fotográfica, e principalmente suas funções diferentes daquelas dos documentos escritos.
Mas, como nos diz Ginzburg (Ginzburg, 2001, p.138), “as imagens, quer representem objetos existentes, inexistentes ou objeto nenhum, são sempre afirmativas. Para dizer Ceci n’est pas une pipe (Isto não é um cachimbo), necessitamos de palavras. As imagens são o que são”. Talvez a pesquisa histórica a partir de imagens encontre sua fertilidade desenvolvida na relação entre este silêncio afirmativo e a polifonia dos discursos escritos, sonoros, arquitetônicos, ou orais compartilhantes da mesma trama em que se insere: alguns tão próximos que funcionam quase como comentário, outros tão distantes, escolhidos pelo faro do historiador. No caso das imagens – como de outros textos – a hipótese é a de que a trama não seja apenas bidimensional, mas que possamos ler as formas em sua diacronicidade.
As imagens visuais não têm o mesmo estatuto do texto escrito, mas é necessário observá-las como um diferente, como um interlocutor privilegiado do texto escrito, compartilhado no texto cultural, com suas especificidades materiais e formais e história própria. Muitas pesquisas na área da História têm avançado nesse campo, elaborando o que poderíamos chamar de uma história da visualidade. Na História da Educação, as imagens têm sido utilizadas na maioria das vezes como um apoio para a comprovação de um texto escrito. Algumas propostas apresentam um resultado problemático, estando a questão, acredito, em pleno debate.
Um exemplo, que sintetiza um equívoco bastante comum, pode ser encontrado em Martin e Esteban, Escuela y Espacio: testimonios y textos (Historia de la Educación, 1993-94). Ali encontramos uma problemática utilização de imagens pintadas em um vaso como prova de uma informação histórica:
De acuerdo com el vaso pintado que reproducimos en su reverso (fig.1), en el interior de la escuela elemental griega, el maestro sentado en una silla con respaldo y patas curvadas (thonos), muestra la leccíon de lectura en un rollo de pergamino al niño que lee de pie cubierto con el himatión; el resto de alumnos – en clase de música – se sienta en taburetes de madera sin respaldo (bathra). Obsérvese en los muros de la escuela instrumentos de música suspendidos, aí como una lámpara y en el centro un cubo conteniendo los libros enrrolados. La inexistencia de mesas – se escribe sobre las rodillas en las tablillas de cera – y de pupitres, demuestra que la escuela primaria griega otorga todavía más importancia al elemento estético que al didáctico. (Martin, Esteban, 1993-94, p.76)

Os autores tomam a superfície pintada do vaso como um duplo das paredes da escola, concluindo que os instrumentos estariam nelas pendurados, servindo como adorno. A escola primária grega pode ter dado maior importância ao elemento estético do que ao didático. Mas, de fato, o que temos aqui é que os elementos identificados como instrumentos adornam o vaso, se adornavam a parede da escola, jamais saberemos, pelo menos não por esta imagem.
No ensaio Pictures of the home, Gombrich, pesquisador da História da Arte e Diretor do Instituto Warburg, recentemente falecido, toca neste ponto essencial que demonstra que anteriormente ao século XIX, raramente encontramos um interesse na imagem como evidência, o que foi inaugurado praticamente com o fotojornalismo (Gombrich, 1999, p.115-116). Alguns motivos nos produtos iconográficos muitas vezes têm função simbólica. Isto parece ser um fato bastante evidente, mas no caso das fotografias existem complicadores.
Centrada no documento escrito, a utilização das imagens na pesquisa histórica pode servir apenas como ilustrativa e legitimadora da verdade imposta pelo mesmo texto escrito. Centrada na imagem e em ferramentas de análise formal, a pesquisa pode cair num formalismo infértil, ainda que no campo da História da Arte, tendências preferiram estudar a forma isolada de seu conteúdo, sem conotações históricas e emocionais (Wind, 1997). Ambos os tipos de estudos no campo da História da Educação abrem espaço apenas para curiosidade ou superficialidade, implicando uma concepção de arte, dos artefatos e das imagens na cultura.

Ginzburg e o Instituto Warburg
A aproximação de Ginzburg com o Warburg, pelo menos aquela que como leitores de Ginzburg podemos acompanhar, se dá primeiramente no livro Indagações sobre Piero, e em seguida no texto De Warburg a E.H. Gombrich: Notas sobre um problema de método, texto onde analisa, de forma panorâmica, a produção dos diferentes teóricos ligados ao Instituto.
O Instituto Warburg é resultado da transformação da Biblioteca fundada por A.Warburg e F. Saxl em Hamburgo, depois transferida para Londres. Tem como programa “o estudo da continuidade, rupturas e sobrevivências da tradição clássica” (Ginzburg, 1989, p.42). Ao voltar-se para essa produção, Ginzburg se detém em um aspecto de método que foi central nas pesquisas e reflexões de A. Warburg e seus discípulos: “a utilização dos testemunhos figurativos como fontes históricas”, ou a “função da criação figurativa na vida da civilização [e a] relação variável que existe entre expressão figurativa e linguagem falada” (Ginzburg, 1989, p.47).
Cabe aqui uma reflexão sobre a escolha de Ginzburg em relação aos referenciais teóricos do Warburg como ponto de atenção de seu trabalho. Algumas tendências em Crítica e História da Arte têm, tradicionalmente, como característica, um certo desprendimento em relação ao tecido histórico, a produção do Warburg olha a produção figurativa do ponto de vista da sociedade e Ginzburg, apoiado em Warburg propõe em a discussão de problemas concretos, do ponto de vista histórico, utilizando a produção figurativa para solucioná-los.
A discussão sobre como a produção figurativa pode servir à pesquisa histórica parece tornar-se cada vez mais problemática, já que, desde o século XIX, às técnicas de produção figurativa foram adicionadas aquelas que, erroneamente, chamamos tecnológicas: a fotografia, o cinema e o vídeo. Essas imagens produzidas tecnologicamente vêm carregadas de uma aura de objetividade e transparência que são transferidas ao esforço – ou falta dele – de decodificação (Machado, 1983). Assim, diferentes das pinturas, gravuras, enfim figurações produzidas em um período anterior, as imagens produzidas tecnologicamente são tomadas como expressão da verdade, documentos objetivos, exigindo, da parte dos historiadores, um maior esforço para sua interpretação dentro dos diferentes contextos históricos.
Nem sempre as propostas de análise concebidas pelos historiadores ou filósofos da Arte podem, obviamente, resolver o problema do historiador que trabalha com a análise de imagens produzidas tecnologicamente. Parece ser um consenso a necessidade de contextualização. Ao historiador cabe, então, procurar nas reflexões sobre as imagens aquelas que sejam adequadas ao seu propósito.
Apesar do Instituto Warburg dedicar seus estudos à herança clássica e sua vitalidade ao longo da Idade Média e eflorescência no Renascimento (Wind, 1997), uma tal concepção de análise dos materiais iconográficos levanta e localiza questões relativas à antiga discussão sobre a fotografia dicotomizada como arte/indústria, ou como produto artístico/documento, encontrando um terreno alargado de desdobramentos.
As concepções de Warburg apontadas por Ginzburg parecem particularmente férteis se agregarmos a elas as formulações de Benjamin sobre os aspectos tecnológicos que a arte incorpora na modernidade. Ritmos de produção e demanda cada vez maior, exigem exatidão, rapidez de execução, baixo custo, reprodutibilidade, novos parâmetros surgidos a partir da disseminação técnica da imagem proposta pela fotografia (Fabris, 1991). Essas alterações influenciam a sensibilidade na era industrial. Ou como na proposta de Benjamin, os avanços tecnológicos e alterações urbanas colaboram na alteração da percepção. (Benjamin, 1994, p.169)
4.
As imagens produzidas com câmeras fotografias são um momento de intersecção, um ponto de fim e de início. Finalização do projeto Renascentista e ao mesmo tempo disseminação de alcance internacional, universalização de modelos formais em um caminho que se afasta definitivamente do espelhamento do real.
A imagem especular, própria do Renascimento, não é resultado de uma ação apenas artística. O fruto de uma combinação entre arte e ciência, que tem na observação e descrição do referente exterior seu modo peculiar de afirmar um universo laico e empírico, não mais sujeito às constrições da religião. O artista do renascimento vinculado ao domínio de técnicas manuais, e se converte num pesquisador, no organizador de uma nova visualidade, que tem na perspectiva seu produto mais sofisticado. Modelo de organização e de racionalização de um espaço hierárquico, a perspectiva é bem mais do que a aplicação de leis geométricas e matemáticas. É a possibilidade de estruturar a priori o universo mutável da natureza, a partir de um ponto de vista que é aquele de um sujeito onisciente, capaz de tudo dominar e determinar. Não se pode esquecer, por outro lado, que o momento da perspectiva é o momento da imprensa, o momento do armazenamento e da distribuição de um conhecimento cumulativo, interessado na preservação do passado e na difusão do presente, que busca na forma fiel e rigorosa um novo estilo cognitivo, baseado na ‘demonstração visual’. Mesmo imagens de derivação tecnológica como a fotográfica e a vídeo-eletrônica ainda são elaboradas a partir de uma realidade visível pré-existente, integrando, portanto, o universo da especularidade. (Fabris, 1991, p.35)
Assim, consideramos que a fotografia e seus desdobramentos – álbuns de diversos tipos, cartões postais, etc. – inseridos plenamente nos esforços da modernidade se colocam em uma posição ímpar, devedora tanto da tradição renascentista quanto da inauguração de um novo esforço de modernidade, graças à sua capacidade de abstração das diferenças locais em prol da universalização, e por tanto, fomentadora de modelos passíveis de disseminação, formatadores de memória, de documentos e de história.
Instrumento de democratização do conhecimento numa sociedade liberal, que acredita no poder positivo da instrução, o cartão postal leva às últimas conseqüências a ‘missão civilizadora’, conferida à fotografia por sua capacidade de popularizar o que até então fora apanágio de poucos. A viagem imaginária e a posse simbólica são as conquistas mais evidentes de uma nova concepção do espaço e do tempo, que abole as fronteiras geográficas, acentua similitudes e dessimilitudes entre os homens, pulveriza a linearidade temporal burguesa numa constelação de tempos particulares e sobrepostos. (Fabris, 1991, p.35).
Distâncias
Assim sugerimos três autores como pano de fundo para o movimento investigativo de pesquisa em História da Educação que utilize fontes imagéticas, em particular as fotográficas: Walter Benjamin, Barthes e Philipe Dubois.
Inicialmente, é necessário entender as fotografias produzidas no âmbito escolar como imagens, ou melhor, eleva-las ou submete-las ao estatuto de imagem, portanto com história e características diferentes daquelas do texto escrito. Essa caracterização soa óbvia, no entanto, pinturas e fotografias de arte são submetidas a um outro tipo de análise, as questões da função da imagem são aplanadas por seu estatuto imagético.
Desta maneira, aproximamo-nos de Carlo Ginzburg, em suas assertivas acerca do Instituto Warburg, que forneceu um panorama de base: uma concepção de cultura “entendida em um sentido quase antropológico, onde, ao lado da arte, literatura, filosofia, ciência, cabem as superstições e as atividades manuais” (Ginzburg, 1989, p.47). Ou, praticamente a transposição da abordagem de confrontando materiais iconográficos variados, privados de valor estético, “utilizando as imagens como documentos históricos para a reconstrução geral da cultura de um período” (Calabrese, 1987, p.27).
Nem sempre a reconstrução geral da cultura de um período é o objetivo do trabalho, mas o tratamento das fontes em equivalência de importância dentro do espectro da cultura, guardadas suas especificidades pode ser um bom início para a pesquisa. Assim, fotografias escolares podem ser equiparadas àquelas produções da fotografia documental ou artística, mesmo à produção de caráter mais experimental.
No âmbito da análise mais propriamente sobre a fotografia, aqueles três autores - Benjamin, Barthes e Dubois foram indicados. Mas o quê os une?
Benjamin nos fala da aura e da capacidade da fotografia de desauratização. A fotografia, em sua possibilidade infinita de reprodução, aproxima-nos de tal maneira o objeto fotografado, que impede o movimento de distância e acercamento, necessário para a instauração da relação aurática. Para Benjamin, a aura – “figura singular, composta de elementos espaciais e temporais: a aparição única de uma coisa distante, por mais perto que ela esteja” (Benjamin, 1994, p.170) – é quase impossível na modernidade.
Fazer as coisas ‘ficarem’ mais próximas é uma preocupação tão apaixonada das massas modernas como sua tendência a superar o caráter único de todos os fatos através da sua reprodutibilidade. Cada dia fica mais irresistível a necessidade de possuir o objeto, de tão perto quanto possível, na imagem, ou antes, na sua cópia, na sua reprodução (Benjamin, 1994, p.170).
Já Barthes traz a distância da relação também para dentro do sujeito. Temos assim, o studium, como nos define o autor, “aplicação à alguma coisa, o gosto por alguém, uma espécie de investimento geral, ardoroso, é verdade, mas sem acuidade particular. É pelo studium que me interesso por muitas fotografias, quer os receba como testemunhos políticos, quer as aprecie como bons quadros históricos: pois é culturalmente (essa conotação esta presente no studium) que participo das figuras, das caras dos gestos, dos cenários, das ações” (Barthes, 1984, p.45). E temos também o punctum, é esse acaso, que, nela (fotografia) me punge (mas também, me fere). Assim, o sujeito pode se entregar, ou não, aos poderes do punctum.
Dubois analisa a fotografia ou o ato fotográfico a partir da semiótica peirceana. A distância está no objeto fotografado e em sua representação: é mais que mínima, traço, é rastro, índice. A luz que tocou o objeto ficou impressa na película, e chegou até nós.
Os três autores falam de um diferencial que surge na questão da representação, quando se trata da fotografia. De aproximação entre imagem e o representado. E de possibilidade de ruptura dessa relação. Nesta distancia variável, está o movimento que pode decifrar temporária e precariamente as imagens fotográficas.

fotografia do Álbum Photographico da Escola Normal – 1895
Fonte: Acervo da Escola Caetano de Campos

fotografia do Álbum Photographico Escola Normal e Annexas de São Paulo – 1908
Fonte: Acervo da Escola Caetano de Campos
fontes e bibliografia
Barthes, R 1984. A câmara clara: nota sobre a fotografia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
Benjamin, W. 1994. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet 7ª edição. São Paulo: Brasiliense.
Calabrese, 1987. Omar. A linguagem da Arte. Rio de Janeiro: Globo.
Dubois, P. O ato fotográfico. 1993. Tradução: Marina Appenzeller. 3ª ed. Campinas: Papirus.
Fabris, Annateresa (org). 1991. Fotografia: usos e funções no século XIX. 2a edição. São Paulo: Universidade de São Paulo.
Fabris, Annateresa. 1998. Redefinindo o conceito de imagem. In Revista Brasileira de História. São Paulo, v.18, nº 35, p.217-224.
Ginzburg, Carlo. 2001. Olhos de madeira: nove reflexões sobre a distância. São Paulo: Companhia das Letras.
Ginzburg, C. 1989. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras.
Gombrich, E.H. 1999. The uses of images. Studies in the social function of art and visual communication. London: Phaidon Press Limited.
Le Goff, J. 1994. História e Memória. 3ª ed. Campinas, SP: UNICAMP.
Machado, A. 1983. A ilusão especular. Dissertação de Mestrado. PUC/SP.
Martin, R. L. e Esteban, L. (1993-94). Escuela y Espacio: testimonios y textos.In História de la Educacion, Revista Interuniversitária. Universidad de Salamanca. Vol. XII-XIII.
Nunes, Clarice. 1996. Anais do Seminário "Pedagogia da imagem, imagem na Pedagogia". Niterói, RJ: Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Educação. Departamento de Fundamento Pedagógicos,
Wind, Edgar. 1997. A eloqüência dos símbolos: estudos sobre arte humanista. Tradução: José Laurênio de Melo. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo.
1 Como exemplo dessa aproximação, podemos citar, entre outros, no campo da História da Educação, as pesquisas de Armando M. de Barros, que estuda os cartões postais; Zeila Demartini, que em seu trabalho alia documentos iconográficos, orais e escritos; e Diana Gonçalves, que produziu estudos relativos à fotografia, cinema e arquitetura escolares. As pesquisas relativas à História da Fotografia também têm contribuído, tanto ao discutir as especificidades da técnica fotográfica, quanto na proposição do modelo explicativo que implica na análise de circuito social das imagens. Exemplos fundamentais, no Brasil, são Kossoy, Fabris, Machado, Wolff, Moreira Leite.
2 No texto Paris do Segundo Império, Benjamin cita a conhecida passagem de Simmel: “As relações recíprocas dos seres humanos nas cidades se distinguem por uma notória preponderância da atividade visual sobre a auditiva. Suas causas principais são os meios públicos de transporte. Antes do desenvolvimento dos ônibus, dos trens, dos bondes no século XIX, as pessoas não conheciam a situação de terem de se olhar reciprocamente por minutos, ou mesmo por horas a fio, sem dirigir a palavra umas às outras” (apud. Benjamin, 1989, p.36).
3 Expressão utilizada, inclusive em alguns meios acadêmicos, para designar aquele profissional com formação em computação gráfica capaz tanto de produzir imagens para consumo, como para fins artísticos.
4 “A forma de percepção das coletividades humanas se transforma ao mesmo tempo em que seu modo de existência” (Benjamin, 1994, p. 74).

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

História da Fotografia


Estudos revelam que as pesquisas referente a descoberta da fotografia se deu na remota antiguidade onde alquimistas e químicos estudavam sobre a possibilidade de registrar imagens, registros revelam que na época de Aristóteles já se conhecia o fenômeno de produção de imagens pelapassagem da luz através de um pequeno orifício e boa parte dos princípios básicos da óptica e da química que envolveriammais tarde o surgimento da fotografia.

O árabe Alhazen em meados do século mostrou como observar um eclipse solar no interior de uma câmara obscura: (um quarto às escuras, com um pequeno orifício aberto para o exterior). Durante a Renascença, uma lente foi colocada num pequeno orifício e obteu-se uma melhor qualidade da imagem. Com o passar do tempo a câmara obscura começou a se tornar cada vez menor, até se transformar em um objeto fácil de transportado de um lugar para outro. Com esse tamanho portátil, no século XVII, a câmara obscura era utilizada por muitos pintores na execução de suas obras.

Em 1725, Johann Schulze, professor de medicina na Alemanha, mais precisamente na Faculdade de Adolf, obteve uma projeção e uma imagem com uma duração de tempo maior, porém não conseguiu detectar o porquê do aumento do tempo. Dando continuação a suas experiências, Schulze colocou à exposição da luz do sol um frasco contendo nitrato de prata, examinando-o tempos depois, percebeu que a parte da solução atingida pela luz solar tornou-se de coloração violeta escura. Notou ainda, que o restante da mistura continuava com a cor esbranquiçada original. Sacudindo a garrafa, observou o desaparecimento do violeta. Continuando, colocou papel carbono no frasco e o expôs ao sol, depois de certo tempo, ao remover os carbonos, observou delineados pelos sedimentos escurecidos padrões esbranquiçados, que eram as silhuetas em negativo das tiras opacas do papel. Schulze estava em dúvida se a alteração era devida à luz do sol, ou ao calor. Em 1777, o químico suíço Carl Wilhelm Scheele, também comprovou o enegrecimento dos sais devida à ação da luz.

De fato a Fotografia, surgiu no verão de 1826, pelo inventor e litógrafo francês Joseph Nicéphore Niépce. Em fevereiro de 1827, Niépce recebeu uma carta de Louis Daguerre, de Paris, que manifestou seu interesse em gravar imagens. Em 1829, tornaram-se sócios, mas Niépce morre em 1833. Seis anos depois, em 7 de janeiro de 1839, Daguerre revela à AcademiaFrancesa de Ciências um processo que originava as fotografias ou os daguerreótipos.

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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Fotografia


As sensações obtidas através da fotografia e das imagens digitais capturadas promove ao registrador experiências inusitadas, essa relação fotografia e fotógrafo estabelecem um canal de visão histórica e prática concreta, a imagem capturada traduz códigos visuais que proporcionam tanto a criador da imagem quanto ao admirador produzir seu próprio significado.

Existem leituras e releituras de imagens obtidas através de uma lente óptica, registros e estilos pessoais ou informais a exemplo a fotografia é um registro que cada vez mais faz parte do nosso cotidiano, hoje quando acessamos páginas de relacionamentos como Orkut, Facebook, Myspace, Sonico dentre outro ela se faz presente de forma criativa e algumas vezes irrevente.

Pretendo abordar aqui no Blog aspectos ligados a fotografia, tais como sua evolução histórica, seus estilos, tratamento digital, melhor revelação, dicas de fotógrafos profissionais dentre outros.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Duelo de Titãs


O filme Duelo de Titãs é um drama americano baseado em fatos reais, se passa na cidade Alexandria em 1971, promovido pela Disney não é um cartum mas uma história capaz de roubar lágrimas em determinados momentos, lançado no ano de 2000, tendo em seu elenco Denzel Washigton e Will Paton que trazem uma ótima oportunidade de repensarmos a educação, o racismo e o limite entre professores/técnico e alunos/atletas.
A ordem racial não deixa de ser uma questão cultural que acompanha e permeia toda a sociedade seja ela americana, brasileira ou até mesmo africana, o enredo nos remete a repensar o papel dos pais uma vez que eles deveriam ser os educadores para a vida. O personagem Herman Bone nos permite avaliar o papel do negro e do branco na sociedade, os desafios que ambos tem que enfrentar para se desvelar do dito racismo.
Outro fator relevante é a disciplina que impõe limites, em muitas situações praticamente julgamos a ação do técnico Herman como quase narcisista, através de seu treinamento árduo e disciplinar que se contrapunha em várias situações com a do auxiliar técnico de defesa Gerry Bertier que se posicionava de forma mais afetuosa e paternalista. Atualmente os profissionais da área da educação questionam a validade do paternalismo na escola, muitos defendem que a juventude pede limites, limites estes que se perderam com a liberdade de expressão e decisão.
O filme Duelo de Titãs nos faz refletir o papel que o esporte é capaz de promover dentro da sociedade, através dele foi possível unir uma cidade dividida pelo racismo, desencadear nos atletas o sentido real da união dentro do grupo para o alcance de objetivos em comum, a elevação da estima perante os resultados obtidos e a quebra dos pré conceitos embutidos durante uma vida inteira.
Hoje o esporte abre vários leques desde esportes de contato físico mais agressivo como o futebol americano até o mais individual como a natação. Outras oportunidades são oferecidas pelos esportes para olímpicos uma alternativa buscada por um dos atletas após ficar paraplégico ao se envolver em um acidente automobilístico.
Devemos repensar o papel da educação física dentro do contexto escolar, pois alguns profissionais esqueceram a magia que a disciplina traz a escola, contagia os mais tímidos e acalma os mais tensos, através de metodologias bem direcionadas e balanceadas entre a teoria e a prática pode se alcançar várias oportunidades de resgates, físicos, emocionais, raciais, interativos, de violência desmedida, disciplinar e o respeito entre professores e alunos.
O filme Duelo de Titãs deveria ser ofertado não apenas a estudantes de graduação mas a jovens em salas de aula como forma de conscientização moral pois aborda vários aspectos que norteiam o dia a dia escolar, muitos dos jovens poderiam se ver em situações vivenciadas e refletir sobre uma nova postura dentro do contexto escolar, pois a disciplina esportiva pode auxiliar as demais disciplinas no resgate moral, intelectual, afetivo e cognitivo dos alunos.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O Sorriso de Monalisa


O filme Sorriso de Monaliza é um filme inspirador para quem está começando ou já atua em salas de aula pois a protagonista Katherine uma professora recém graduada que resolve lecionar em uma escola conservadora que prepara suas alunas para o casamento encontra um de seus maiores desafios mas não dá por vencida. Embora não ceda as condições que a escola lhe oferece ela consegue quebrar alguns tabus e servir de inspiração para suas alunas buscarem por seus ideais.


Acredito que esta é a função do professor impedir que seus alunos esmoreçam, percam o entusiasmo pelo saber, os estimulem a refletir, questionar, descobrir novas formas de viver e ver as coisas que nem sempre estão disponível a nossos olhos da forma que queremos ou devemos olhar.

Nascidos em Bordéis


Nascidos em bordeis é um documentário filme que aborda sobre a vida de mulheres e crianças moradoras do Bairro da Luz Vermelha em Calcutá. A fotógrafa Zana Briski resolve desenvolver um trabalho com as crianças filhos das mulheres que trabalham nos bordéis, oferecendo-lhes uma câmera e a oportunidade de registar tudo que lhes são peculiar aos olhos, enquanto desenvolve este trabalho luta por oportunidades de estudo para as crianças o que é uma tarefa árdua pois a discriminação na Índia ainda é muito grande.

É um filme interessante de ser visto pois atualmente estamos recebendo em nossas casas através da novela Caminhos da Índias uma terra rica, limpa e bem sucedida e o filme nos remete a um país pobre, com alto índice de discriminação e pobreza. Vale a pena conferir!!!

Leões e Cordeiros


Leões e Cordeiros é um filme que proporciona uma leitura e reflexão de aspectos que norteiam nossas vidas. Basicamente o filme norteia sobre a mídia, política e educação, ambas estagnadas aos olhos de muitos indivíduos em diferentes continentes.

A mídia estagnada pela verdade sempre busca o caminho da conivência por ser lucrativa e comoda, condicionando seus profissionais muitas vezes a se calar por não ter uma alternativa melhor ou pelo fato da vida real não vender jornais.

A política que não difere de nenhum país para o outro, joga com a população como melhor lhe convêm, nem que para isso pessoas inocentes moram para que possam continuar a ludibriar a população.

A educação embora desanimada sempre tem um profissional disposto a lutar por ela, acreditando no potencial de seus alunos, os resgatando e fazendo os refletir sobre suas angustias, buscas e conquistas.

è um filme complexo, que exige do telespectador um olhar atento as mensagens.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

A Impotancia da Filosofa a Educação


Quem de nós já não esteve submetido a aulas de Filosofia na escola, alguns achando maravilhosa outros nem tanto, a verdade é que muitos não tem a noção da importância pedagógica que a Filosofia tem na área da Educação.

Lendo texto do professor Evaldo Kuiava percebemos a relevância que esta disciplina tem nas salas de aula, sempre se buscou incutir nos alunos a prática da reflexão daquilo que nos é posto como verdades, desacomodá-los, pois o hábito de refletir de forma madura e consciente nos proporciona um amadurecimento psicológico e moral.

Desde nosso nascimento vivenciamos experiências que aguçam nossa educação, nossa tarefa básica é demarcar os rumos de nossa própria existência, percorrendo caminhos até construir nosso "eu", desta forma vamos evoluindo de forma coletiva ou individual, nos educando de forma a estimular a reflexão, a ação, o pensamento, a humanização que nos levam a uma melhor educação, com qualidade e cidadania.

terça-feira, 7 de julho de 2009

SER PROFESSOR...


Tive a oportunidade de assistir dois vídeos que abordam aspectos direcionados a educação, numa perspectiva de orientar professores que buscam ou ao menos deveriam buscar a fonte de inspiração em sua conduta profissional, gostaria de registrar que todas as idéias apresentadas são importantíssimas, pois autores como: John Dewey, Jean Piaget, Lev Wigostky, Paulo freire, Edgar Morin, Philippe Perrenoud, Antônio Nóvoa, Lee Swulman escreveram e trazem considerações importantíssimas a serem revistas pelos profissionais que atuam em diversas área da educação, pois cada um a seu tempo deixa um gancho a ser evoluído na história por outro pesquisador, filósofo, psicólogo ou professor interessado em melhorar a educação.

Destaco aqui cinco idéias que julgo importante e nem sempre são valorizadas na educação



  • A profissionalização dos professores e seu ensino continuado, a atualização do professor frente a seu tempo, como cita Perrenoud;


  • O professor reflexivo, aquele que pesquisa e aplica seu ensinamento dentro e fora do segmento escola, como cita Antônio Nóvoa;


  • Ser capaz de perceber que todo ensinamento que tem a contribuir na construção de seu aluno não é algo que se transfere e sim constrói, uma linha de pensamento bem discutida por Paulo Freire;


  • O ensino fragmentado, que prejudica os objetivos da educação, pois ela é transmitida fracionada se ter ter relação com as demais áreas do conhecimento, pois trabalhar de forma interdisciplinar facilitaria o aprendizado dos discentes e o trabalho dos docentes; como sugere Edgar Morin


  • E acima de tudo O professor ensina o quê? A quem? Ele conhece o que ensina? E modifica sua forma de ensino? Questionamentos que muitos profissionais não fazem antes de elaborar suas metas de trabalho, não tratando a mesmo e a seus pupilos com o respeito que ambos merecem.

sábado, 4 de julho de 2009

Portfólio

A utilização do portfólio se deu nos anos 80, onde o construtivismo tinha como proposta levar em conta as vivências e os interesses dos alunos e a partir dai traçar suas metas de trabalho. A intenção do portifólio é proporcionar ao usuario/aluno expor suas expectativas cotidianas, anseios, experiências, medos, frustrações, realizações sem que haja receio das rejeições ou represarias por parte do leitor/professor, sendo que isso não significa que a utilização do portifólio se dê, de maneira solta sem pré requisitos para aqueles que a utilizam, é necessário que haja conteúdo, envolvimento e conhecimento ao manipulado.
Através de estudos realizados peça professora do Curso de Pedagogia de Brasília Benigma Maria de Freitas Villa Boas, a utilização do portifólio trás um desconforto inicial para o quem o adota como ferramenta de trabalho, ensino e avaliação, ocorrem vários relatos de usuários como sendo difícil ou até mesmo "um bicho de sete cabeças", denominações que vão se perdendo com o passar do tempo, salientam ainda que é uma forma de estreitar laços entre conhecimento adquirido pelo aluno e sua validade no cotidiano, sendo esse um instrumento único, próprio que trás a marca individual do usuário, pois as sensações vividas são peculiares a cada um.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Inaugurando o Blog


A princípio esta é uma atividade requisitada pela cadeira de Seminário Integrador 1-Ser Professor no Contexto Atual do Curso de EAD Artes Visuais - UFRGS oferecido para professores através da UAB- universidade Aberta do Brasil.

Realizamos visitas a vários portais dentre eles, Portal do Mec, Portal do Professor, Portal Educarede para posterior debate no Fórum: A Atividade do Professor é uma atividade Político-Social-Cultural, que saíram maravilhas de debates muito pertinentes ao cotidiano escolar.

Outrotour bastante útil foi a leitura da LDB e PCNS ligados a disciplina de Artes, podemos visualizar e debater a imagem do professor diante seus desafios na escola e na sala de aula uma vez que a disciplina ainda encontra muita dificuldade em ser aceita como parte de ensino no contexto escola.

Como toda reflexão que fazemos nos torna mais pensantes sobre determinados aspectos, vamos aos poucos nos tornado seres mais críticos e detentores de novos saberes, acredito que esta graduação será muito importante na formação de todos que dela participam e que este blog venha para contribuir de alguma forma em nossos saberes.